Uma das contratações mais
contestadas do Houston Rockets foi o pivô brasileiro Nenê. Aos 34 anos de idade, o jogador já completou 14 temporadas na
NBA e tem certamente o seu auge no passado, por isso a pergunta: será que ele
pode ajudar o time texano?
O analista Darren Yuvan, do site The
Dream Shake, foi um dos que tentaram descrever qual a expectativa que os
torcedores do Rockets podem ter do veterano brasileiro.
Primeiramente deve-se levar em
conta que Houston tem poucos jogadores para o garrafão, principalmente para
atuar como pivô. Clint Capela parece ser, obviamente, o titular, mas o calouro
Chinanu Onuaku não agradou muito a comissão técnica em suas atuações na Summer
League e parece distante da rotação. O imbróglio envolvendo o novo contrato de
Donatas Motiejunas e a possibilidade do lituano não continuar em Houston pode
ser mais um fator para se acreditar que Nenê deve receber muitos minutos.
Além de atuar como pivô, Nenê
pode ver muito tempo de quadra como ala-pivô atuando até ao lado de Capela, se
possível. O titular da posição deve ser Ryan Anderson e as opções de banco não
são plenamente confiáveis. Montrezl Harrell vai para seu segundo ano na liga
enquanto Michael Beasley pode ser um bom pontuador, mas peca demais na defesa.
Além deles, Sam Dekker e Trevor Ariza podem ser utilizados por ali em um small ball.
Com isso, Yuvan começa a listar
as qualidades do brasileiro e sua utilidade nesse hipotético time montado por D’Antoni.
Além de apontar talentos únicos em Nenê, diferentes de todos os outros
jogadores do elenco.
“Isso deixa para Nenê uma
quantidade significante de minutos como reserva, primeiramente como pivô, e ele
deve ser um grande encaixe no sistema de Mike D’Antoni. Ele não é um
tradicional pivô que joga de costas para a cesta. Ele pode correr pela quadra,
fazer o pick-and-roll e também
acertar arremessos livres. Nenê acertou 49,1% dos arremessos totalmente livres
na última temporada e 44,6% dos livres, e provavelmente esses números não devem
cair em Houston. Ele também participou de pick
and roll em 92 oportunidades ano passe, uma a mais que Dwight Howard em 14
jogos a menos e 12 minutos a menos por jogo”.
É visível para quem acompanhou a
carreira de Nenê que ele, ofensivamente, traz algumas qualidades únicas que
faltaram para os pivôs de Houston nos últimos anos. O brasileiro é um bom/ótimo
arremessador de meia/curta distância. Ao contrário do que foram/são Howard,
Capela e Omer Asik, por exemplo.
Assistindo alguns jogos do
Phoenix Suns da época do D’Antoni e até o Lakers (vendo mais ou menos o papel
desempenhado pelo Pau Gasol) podemos ter uma jogadinha mortal com um pick and
roll da dupla Nenê-Harden. Gerando uma ameaça que pode abrir espaço para
arremessadores do Rockets como Anderson, Ariza e Eric Gordon.
“Ele nunca foi um grande
reboteiro, tendo média de apenas 6,5 por jogo em sua carreira e 8,3 por 36
minutos, mas ele sempre foi considerado um forte defensor. Ele teve apenas uma
temporada com um plus-minus negativo
em sua carreira inteir, e sua marca total é de +2 acima da média”.
Apesar de Howard, o restante do
Rockets não foi muito de pegar rebotes, mesmo defensivos e isso pode fazer
muita falta nesta temporada. Também é difícil ver o Nenê se dando bem contra os
pivôs do Oeste, que estão cada vez mais móveis, mas depende bastante de como
será a defesa do time.
“O Rockets vai ter que limitar
seus minutos. Ele é o oposto de um ‘poste brilhante de saúde’, atuando em 82
jogos apenas uma vez em sua longa carreira, e quanto mais ele se aproxima da
parte velha dos 30 anos, administrar seus minutos vai ser mais importante do
que nunca”.
Lá vem a saúde, uma das grandes
vilãs dessa offseason do Rockets. Tanto Nenê quanto Anderson e Gordon são bons
jogadores, mas será que conseguem se manter saudáveis?
“Talvez o mais importante, Nenê
também carrega consigo a atitude, ele tem a tendência de encarar os seus
adversários e raramente desiste de um desafio. O pivô traz uma dureza que o
Rockets, ocasionamente deixou de ter nas últimas temporadas. Lembram o que Ron
Artest trouxe para o time de 2009? Nenê pode fazer o mesmo”.
Eu lembro muito bem da chegada de
Artest a Houston. Aquele time era considerado soft e não lutava por todas as bolas e precisava de jogadores
assim. O Rockets nos últimos anos de Howard também foi assim. Lembram do vídeo
da cesta da vitória contra o Golden State Warriors que ninguém no banco
comemorou? É isso.
“Por fim, Nenê deve ser produtivo
em Houston. Ele pode facilmente ter médias entre 20 e 25 minutos por jogo,
especialmente se Motiejunas não retornar ou voltar com problemas físicos. A
última vez que ele viu 25 minutos por jogo, na temporada 2014/15, ele fez 11
pontos, cinco rebotes e duas assistências de média com 51,1% de aproveitamento.
Se DMo voltar, possivelmente seus minutos caem para 15-18 e uma média de 8
pontos e 3 rebotes será o mais realista”.
Pelo histórico de trocas e
negociações, e a pendência de DMo, o elenco do Rockets ainda está longe de
estar definido para a temporada. E a contribuição de Nenê deve depender muito
de quem vai tá disponível para os jogos. Mas a expectativa é que o brasileiro
não seja apenas mais um no banco como foi Chuck Hayes no começo da última
temporada.
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